Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito Santo aos cristãos para o serviço e adoração ao Senhor. Na igreja de Corinto estavam presentes atitudes errôneas quanto ao uso dos dons espirituais, chegando alguns a utilizá-los como nível de vaidade espiritual. Havia entre os coríntios uma atitude de se cultivar o espetacular e o fascínio pelo sobrenatural, o que refletia as praticas pagãs. É preciso deixar claro que nem todas as manifestações de entusiasmo religioso provêm de Deus. Este estudo pretende apresentar alguns princípios para uma correta utilização dos dons espirituais, sem contudo oferecer uma análise pormenorizada de cada um deles.
I Coríntios cap.12. 1 - Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 2 - Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. 3 – Portanto vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. 4 – Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 – E há diversidade de operações. Mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o quer for útil. 8 – Porque a um pelo Espírito é dada a Palavra de Sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a Palavra de Conhecimento (ciência); 9 – E a outro, pelo mesmo Espírito, a Fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de Curar; 10 – E a outro a Operação de Maravilhas: e a outro a Profecia; e a outro o dom de Discernir espíritos; e a outro a Variedade de Línguas; e a outros a Interpretação das Línguas. 11 – Mas um só e o Mesmo Espírito que opera todas as coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.
Os dons do Espírito Santo são dotações ou concessões especiais e sobrenaturais de capacidade divina para o serviço especial, na execução dos propósitos divinos para, e através da igreja, Em resumo – é uma operação especial e sobrenatural do Espírito Santo por meio do crente. Numa definição mais resumida, os dons do Espírito Santo são´´...como sendo faculdades da pessoa divina operando no Homem.``
Classificação dos Dons Espirituais
Como vimos acima os dons do Espírito Santo estão relacionados em I Coríntios cap.12: 1-11, dividem-se em três grupos distintos, como se seguem:
I. Dons de Revelação – que revelam algo Palavra da Sabedoria Palavra do Conhecimento Discernimento de Espíritos
II. Dons de Poder – que fazem algo Dons de curar Operação de Milagres Fé
III. Dons de Elocução – que dizem algo Variedade de Línguas Interpretação de Línguas
Profecia
I. Dons de Revelação 1. Palavra da Sabedoria – Este dom é uma palavra (uma proclamação, uma declaração) sobrenatural de sabedoria, dada por Deus através da revelação do Espírito Santo, para a solução urgente dum problema particular. Não se deve confundi-lo, portanto, com a Sabedoria divina num sentido amplo e geral. Cabe salientar que a Palavra de Sabedoria, Não se trata de sabedoria ou cultura humana, tampouco da plenitude da sabedoria de Deus, mas sim manifestação de partículas da sabedoria Divina, segundo a necessidade que o momento requer (I Coríntios cap.2: 4-13). Observe-o em uso por Pedro, no discurso do dia de Pentecostes, onde este imerge nas escrituras, revelando o plano de Salvação de Deus, através de Jesus Cristo crucificado (Atos cap.2: 14-40), (Estevam em Atos cap.6: 8 até cap.7: 60).
2. Palavra de Conhecimento (Ciência) – Este dom é uma forma de Revelação sobrenatural a respeito de certos fatos que existe na mente de Deus, mas que o homem, devido às suas naturais limitações, não pode conhecê-lo, a não ser pelo Espírito Santo o revele. Prenúncios da manifestação deste dom podemos ver nos ministério de Samuel, Eliseu, Jesus, Pedro e Paulo (I Samuel cap.9:15,20; 10: 22, II Reis cap.6:8-12 5: 20,26; Ireis cap. 14: 6; João cap.1: 48; Lucas cap.19: 5; Mateus cap.16:23; Atos cap.5: 3,4; 27:23-25). Como na palavra da sabedoria, também a palavra da ciência, não se refere à manifestação de toda ciência de Deus, mas de fragmentos deste conhecimento, segundo a necessidade imediata.
3. Discernimentos de espíritos – Através deste Dom, Deus revela ao crente a fonte e o propósito de toda e qualquer forma de poder espiritual presente em determinado ambiente. Através deste dom o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito operava através da jovem advinha de Filipos ( Atos cap.16: 18), e fê-lo resistir a Elimas, condenado à cegueira (Atos cap.13: 11). Note que não se trata do dom mau habito mau habito de julgar ou fazer mau juízo doutras pessoas, Mas sim conhecer os espíritos que estejam em ação, sejam humanos (Neemias cap.6: 5-9), malignos (Atos cap.16: 16-18) ou o próprio Espírito de Deus e concomitantemente a própria Trindade (Jô cap.42: 1-6). Note que aqui discernimos, geralmente vendo pelo Espírito de Deus. Enquanto, muitas vezes poderemos até saber acerca da presença deste ou daquele espírito, através dos dons de sabedoria ciência, mas adentrar no mundo espiritual, e
conhecer até mesmo os detalhes dos espíritos manifestos, será através do Dom de discernimento dos Espíritos. Existe ainda o discernimento dos espírito através do conhecimento da Palavra de Deus, como por exemplo: Aquele que não confessar que Cristo veio em carne, segundo a palavra não vem de Deus (I João cap.4: 3).
II. Dons de Poder 4. Dons de Curar – No grego, tanto o dom (curar), como o seu efeito, estão na forma plural, o que deixa claro que existe uma variedade de modos na operação deste dom. Assim, um servo de Deus pode não ter todos os dons de curar, e, por isso, às vezes, muitos não são curados Por seu intermédio. Por exemplo, Paulo orou pelo pai de Públio, que se achava com febre e disenteria, na ilha de malta, e o curou (Atos cap.28: 8), porem deixou seu amigo Trófimo doente em mileto (II Timóteo cap.4: 20). Como são diferentes os tipos de enfermidades, deve haver um dom de cura para, digamos, um grupo de enfermidades orgânicas, psicossomáticas ou de espiritual.
5. Operação de Milagres – Ambas as palavras aparecem no original grego, no plural, e sugere que há uma variedade de modos de milagres e atos de poder ligados a esse dom. Por milagres, ou maravilhas, entende-se todo e qualquer fenômeno que altere uma lei divina conhecida e preestabelecida.´´Milagres`` e ´´Maravilhas``, são plurais da palavra ´´poder´´ em Atos cap.1: 18, e significa: atos de poder glorioso, sobrenaturais, que vão além do que o homem pode ver ou compreender.
6. Dom da Fé – Este dom envolve uma fé especial, diferente da fé para salvação, ou da fé que é mostrada por Paulo como aspecto do fruto do Espírito Santo (Gálatas cap.5: 22). O dom da fé traduz uma fé especial e sobrenatural, verdadeiro apelo a Deus no sentido de que Ele intervenha, quando todos os recursos humanos se esgotam. Foi este o tipo de fé com a qual foram dotados os Heróis da fé constante da galeria de heróis de Hebreus cap.11.
III. DONS DE ELOCUÇÃO7. Variedade de Línguas – É a expressão falada e sobrenatural duma língua nunca estudada pela pessoa que fala; uma palavra enunciada pelo poder do Espírito Santo, não compreendida por quem fala, e usualmente incompreensível para o ouvinte. Nada tem a ver com a facilidade de assimilar línguas estrangeiras, nem tampouco tem a ver com o intelecto. É a manifestação sobrenatural da mente de Deus por intermédio dos órgãos da fala do ser humano.
8. Interpretação das Línguas – O dom de interpretação de línguas é o único dom cuja existência ou função depende doutro dom, variedade de línguas. Conseqüentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, também não haverá a operação de interpretação dessas línguas. ´´interpretação`` aqui não é a mesma coisa que tradução. A interpretação geralmente alonga-se mais que uma simples tradução.
9. Profecia – A profecia como dom espiritual. A profecia no Antigo Testamento era um ministério exercido através de homens que Deus levantava para esse mister, Aqui trata-se de um dom espiritual da manifestação momentânea, conforme os propósitos de Deus. É uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concebida a cada um, visando um fim proveitoso (I Coríntios cap.12: 7).
