terça-feira, 20 de abril de 2010

Por que parábolas?

Quando Jesus, chegando ao fim do Seu segundo ano de pregação pública, derramou à beira do Mar da Galiléia aquela maravilhosa série de parábolas ilustrando a natureza do reino do céu, seus discípulos ficaram tão confusos com elas que lhe perguntaram em particular, "Por que lhes falas por parábolas?" (Mateus 13:10; Marcos 4:10).

As parábolas tinham certamente um lugar especial na última fase do ensinamento de Jesus, mas não eram unicamente dele. Elas aparecem freqüentemente no Velho Testamento (veja 2 Samuel 12:1-4), especialmente nos profetas (Isaías 5:1-2; Ezequiel 17:1-10), e foram um método familiar de ensinamento entre os rabis do próprio tempo de Jesus. O que, então, deve ter surpreendido os discípulos não foi seu desconhecimento de parábolas, mas a súbita mudança para uma abordagem de Seu Mestre até ali desconhecida. Jesus atribui a mudança no ensinamento a uma mudança na atitude de Seus ouvintes.

Mateus diz que Jesus falava por parábolas em cumprimento da profecia: "Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos" (Mateus 13:34-35; Salmo 78:2). O propósito das parábolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porém não a todos. Ao coração honesto, estas histórias ilustrativas trariam mais luz mas, aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais confusão (Mateus 13:11-17). Esse é o significado da declaração de Jesus que "Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido" (Mateus 13:11). Isto não tem referência a alguns tipos de predestinação calvinista arbitrária, mas a um princípio que enche as páginas do Velho Testamento. Isaías fala fortemente disso. "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15). "... mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra" (Isaías 66:2). E quanto ao orgulhoso, Isaías diz que na vinda do reino messiânico "Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada..." (Isaías 2:11).

A passagem que Jesus cita para explicar sua súbita reversão a parábolas (Isaías 6:9-10) fala da degradação espiritual dos israelitas, do orgulho e da teimosia de coração que tornaram impossível para eles continuar a ouvir e entender as palavras de Deus. Jesus diz simplesmente que era uma profecia que tinha sido liberalmente cumprida em seus próprios ouvintes. Toda a sabedoria que eles ouviram de sua boca e todas as maravilhas que viram de sua mão nada tinha significado porque "o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos;" (Mateus 13:15).

As parábolas eram um abanador nas mãos do Filho de Deus, que limparia sua eira da palha enquanto purificava o trigo. Elas eram uma penetrante espada de dois gumes para determinar se o coração de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde, teimoso ou contrito (Hebreus 4:12). Esse é o significado de seu "Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado" (Mateus 13:12). Aqueles que possuíam humildade mental estavam destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do reino do céu, mas aqueles que não tinham nada, ou pouco desse espírito, estavam destinados a perder até o pouco entendimento que tinham.

O evangelho do reino está assim moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos. Ouvir a palavra de Deus é uma experiência dinâmica. Seremos ou melhores ou piores por ela. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. Mas isso é a escolha que o estudante, não o mestre, faz. As parábolas não tornarão orgulhoso um coração humilde, mas podem tornar humilde um coração orgulhoso, se estivermos dispostos a permiti-lo. Isso, certamente, é o desejo maior do Salvador dos homens.

O significado das parábolas nem sempre foi patentemente evidente, mesmo para o coração humilde, mas a mesma história que afastou o altivo rindo presunçosamente, trouxe de volta o humilde fazendo perguntas. Os discípulos de Jesus não entenderam porque Ele começou subitamente a ensinar exclusivamente por parábolas (Mateus 13:10, 34-35), ou o que Suas histórias incomuns significavam, mas tinham aquela simplicidade de coração que os trouxe de volta pedindo mais informação (Mateus 13:36; Marcos 4:10; Lucas 8:9). Também temos essa escolha. Quando somos confrontados com alguma declaração desafiadora da Escritura, podemos tanto sair em desespero e confusão, ou ficar ali pacientemente para aprender mais. Nossa resposta revelará se nos é dado saber os mistérios do reino de Deus e que tipo de coração temos.
A parábola da rede: pura finalmente!

Enquanto a parábola do joio pode ser suspeita de falar da questão da disciplina na igreja (contudo estamos fortemente persuadidos de que não fala), nenhuma tal possibilidade existe com a parábola da rede. Ela fala somente da remoção final do reino de todos os que não são verdadeiros discípulos. O reino de Deus não será sempre um lugar onde o motivo impuro, a tenebrosa concupiscência e a frieza espiritual podem disfarçar-se no meio dos justos, mas finalmente será limpo de tudo o que é pecaminoso. Os peixes jogados fora da parábola são os “ímpios”, e aqueles que os removem são “anjos”, e o tempo é o “fim do mundo”. O propósito de limpar a rede não redime. A rejeição é final. O julgamento é divino.

A imagem ideal do reino celestial é vista nas parábolas do tesouro escondido e da pérola de alto valor. Nestas parábolas, todos os que se tornam parte do reino o fazem ao nível de absoluta devoção. Todas as coisas são entregues ao domínio de Cristo. Mas a realidade é que muitos que se ligam ao reino não estão totalmente comprometidos ou não estão nada comprometidos. A parábola do semeador torna isto evidente. Entre aqueles que recebem o evangelho, alguns serão o solo raso e outros serão frios (o solo pedregoso e o terreno espinhento). Há várias ilustrações desta verdade no Novo Testamento — a igreja de Corinto com sua imoralidade e desunião carnal, as igrejas da Galácia com seus judaizantes, mestres de justiça pela lei, as igrejas a quem João escreveu suas epístolas, com seus profetas gnósticos de um evangelho novo e incrementado e cinco das sete igrejas da Ásia infestadas por várias maneiras de idolatria, imoralidade, falso ensinamento, insensibilidade e presunçosa complacência. Quanto ao presente, não é preciso muita observação nas igrejas do Senhor, no século vinte, para se saber que as coisas não mudaram. Ainda estamos perturbados, não simplesmente com a fraqueza momentânea ou com a ignorância daqueles que estão fazendo sua jornada para a maturidade espiritual, mas com arraigada mundanalidade e orgulho e uma consciente determinação de corromper a doutrina de Cristo.

Pode ser justamente objetado que, no Novo Testamento, tais aberrações espirituais nas igrejas ou nos santos individuais não foram aceitas com resignação. Paulo instou com a igreja de Corinto para que pusesse sua casa em ordem. (1 Coríntios 1:10), a não ter convivência com aqueles cristãos que estavam determinados a praticar modos pecaminosos (1 Coríntios 5:11-13). De fato, ele diz, usando a própria palavra grega escolhida por Mateus para registrar a parábola da rede (“o impuro”, ponerous), “afastai de vós a má pessoa [poneron].” Os mestres judaizantes perturbando as igrejas da Galácia eram anatematizados por Paulo como pervertedores do evangelho (Gálatas 1:6-9) e João exortou os leitores de suas epístolas a não dar santuário aos falsos profetas (1 João 4:1-3; 2 João 9-11). O próprio Senhor advertiu as cinco igrejas da Ásia moralmente e espiritualmente perturbadas a se arrependerem (Apocalipse 2, 3). Outras passagens indicam que as igrejas e os santos individuais não deviam suportar cristãos corruptos e infiéis entre eles (Romanos 16:17; 1 Timóteo 1:3-4; 6:3-5; Tito 1:9-13; 3:9-11).

A partir disto julgamos que o Senhor pretende que seu povo mantenha, da melhor maneira que puder, a si mesmo e às igrejas das quais fazem parte, livres de corrupção e impurezas. De outro modo, como poderemos ser “o sal da terra” e “a luz do mundo”, trazendo glória ao nosso Pai através de nossas vidas corretas? (Mateus 5:13-16). E como podemos ser vistos como “luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida”? (Filipenses 2:15-16).

E ainda que muito desejemos manter as igrejas dos santos livres de qualquer um que não seja comprometidos com Cristo, é uma meta que as limitações humanas não permitirão atingir plenamente. Conforme Paulo observou a Timóteo, “Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manisfestam” (1 Timóteo 5:24). As mesmas limitações que tornam impossível para nós levarmos julgamento final contra outros, tornam igualmente impossível para livrarmos a igreja absolutamente de todos os seus simuladores. Podemos e devemos agir em relação às atitudes e à conduta pecaminosas e abertas, mas, diferentes de Deus, não somos oniscientes. Os homens podem esconder sua vergonha de nossos olhos. Portanto, a limpeza final da igreja é deixada para Aquele que sabe todas as coisas. Por falar em julgamento final, Paulo adverte que “... nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus” (1 Coríntios 4:5). A pureza perfeita do reino é para Deus cumprir, não para nós.
A parábola do fermento: o contágio celestial

"Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado" (Mateus 13:33; veja também Lucas 20:21).

De todas as parábolas que Jesus ensinou ao lado do Mar da Galiléia, esta é a mais breve. Ela termina quase tão rapidamente como começa, deixando que nos agarremos com esta mensagem rápida e cortante. Tanto Mateus como Lucas registram esta parábola em associação imediata com a parábola da semente de mostarda, o que deixa a clara impressão de que ela, também, tem a ver com o modo como o reino se expande, ainda que seu impulso pareça mais para dentro do que para fora.

"O reino do céu é como o fermento..." Na lei de Moisés, o fermento era, com poucas exceções, proibido em oferendas, e durante a Páscoa todo fermento tinha que ser removido da casa (Êxodo 13:3; Levítico 2:11; Amós 4:5). Em todos os outros casos no Novo Testamento onde o fermento é usado como uma figura, ele é usado como uma má influência (Lucas 12:1; 1 Coríntios 5:7; Gálatas 5:9). Por esta razão alguns concluíram que o fermento nesta parábola simboliza uma força malévola, a sub-reptícia chegada da apostasia (J. N. Darby, Brief Exposition of Matthew, 1845, 40). Mas na parábola do fermento, como todas as outras da série junto ao mar, é explicitamente dito que ela pinta o reino do céu, e não o domínio de Satanás (Mateus 13:33; Lucas 13:20-21). Não há problema real aqui, uma vez que toda influência espiritual, tanto má como boa, trabalha do mesmo modo, e o uso diferente da mesma metáfora não é desconhecido nas Escrituras. Tanto Satanás como Cristo são comparados a um leão (1 Pedro 5:8; Apocalipse 5:5); mas no diabo é vista a ferocidade do leão negaceando sua presa, e em Jesus sua força e coragem. A pomba, em um lugar, é usada para ilustrar a tolice (Oséias 7:11) e em outro, a inofensiva simplicidade (Mateus 10:16).

"Que uma mulher escondeu em três medidas de farinha..." Como Buttrick observou, "Esta parábola sofreu muitas ofensas nas mãos dos alegoristas". Houve quem visse na mulher a igreja ou o Espírito Santo quando nada mais parece querer dizer além de que este é o tipo de trabalho feito costumeiramente pelas mulheres. Para Agostinho as três medidas de farinha representavam toda a raça humana nos três filhos de Noé; para Jerônimo e Ambrósio elas significavam a santificação do espírito, alma e corpo. Ainda que estas idéias possam em geral não estar muito longe do significado da farinha, as três medidas com toda probabilidade sugerem simplesmente nada mais do que a quantidade costumeira de massa usada no mundo antigo para assar pão (isto é, cerca de um alqueire, pouco mais do que 35 litros - Gênesis 18:6; Juízes 16:19; 1 Samuel 1:24).

A parábola do fermento parece falar da serena transformação que o reino de Deus opera no espírito humano e do modo sem ostentação pelo qual ele passa de coração a coração. Assim, o fermento, como a luz e o sal (Mateus 5:13-14), é um agente mudo mas poderoso. Justamente desse modo Jesus trabalhou entre os homens: "Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir sua voz na praça" (Isaías 42:2-3; Mateus 12:17-21). Contudo, seu trabalho nunca foi secreto nem furtivo: "Eu tenho falado francamente ao mundo; ensinei continuamente tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em oculto" (João 18:20).

A obra do fermento também é interna e invisível. Esta parábola é uma declaração poderosa de natureza espiritual do reino. Foi este mesmo ponto que Jesus uma vez apresentou aos fariseus: "Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:20-21). A revolução radical do reino de Cristo (diferente dos reinos dos homens, João 8:36) iria explodir silenciosamente dentro, operando uma completa transformação do coração. O fermento precisa portanto simbolizar o evangelho como opera invisível no espírito individual (1 Pedro 1:22-23) e então passa silenciosamente de um coração para outro (Atos 8:4).

A palavra de Deus é a semente em germinação da qual vem a nova vida de Deus, mas aqueles que foram tocados por ela também se tornam luz, sal e fermento no mundo (Mateus 5:13-14; Filipenses 2:15). Sua humildade de espírito e piedade de vida ornam "em todas as coisas, a doutrina de Deus" (Tito 2:10) e inevitavelmente atraem e então contaminam outros com o mesmo poderoso contágio celestial que mudou suas próprias vidas. O movimento de uma tão profunda força espiritual não é ruidoso nem clamoroso como um exército em marcha, mas firme, quieto e inexorável como uma planta tenra que primeiro penetra e depois trinca, e finalmente rompe a mais empedernida das rochas.

"Até que toda ficou fermentada..." Se temos que entender a massa como o coração de uma única alma, então é certo tomar o "toda" como um absoluto, porque em Cristo tudo é renovado (2 Coríntios 5:17); O todo da personalidade é penetrado. Mas se a massa simboliza o mundo, a parábola precisa ser entendida como falando da fermentação de todo coração honesto e bom e não de salvação universal (Mateus 7:13-14), ou alguma influência social universal ou uma humanidade não convertida. É inconcebível que aquele que veio "buscar e salvar o que estava perdido" jamais se preocupasse com o mero impacto social do evangelho. Com Jesus e seu reino era redenção pessoal ou nada (João 3:3-5).
O reino do céu: como ele cresce

As sete parábolas que Jesus ensinou na margem do Mar da Galiléia, perto do fim do seu segundo ano de pregação (Mateus 13; Marcos 4; Lucas 8) constituem a mais rica coleção de parábolas nos Evangelhos. Esta série de parábolas sobre um tema comum fala da incomparável natureza do reino do céu e dos modos especiais como cresce.

O cenário para o ensinamento destas irresistíveis lições foi magnífico. No dia em que ele tinha saído de sua casa em Cafarnaum, para sentar-se à margem do Mar da Galiléia, as inevitáveis multidões se comprimiram em volta dele. Tendo um barco de pesca como seu púlpito e as águas azuis da Galiléia como um amplificador natural, ele falou às multidões aglomeradas na praia. No espírito do Sermão do Monte, Jesus busca ajudar o povo a entender a magnificência do reino de Deus; mas agora, pela primeira vez, ele o faz com parábolas.

Você jamais se admirou do que acontece com toda a pregação do evangelho que avança no mundo? A cada dia os cristãos falam a milhares de pessoas. Por que isso tem tão pouco efeito? Teria a palavra de Deus perdido seu poder nesta "idade moderna"? Há algo de errado com o modo como estamos ensinando-o? Não estamos usando os métodos certos para engrandecer o reino?

Foram questões notavelmente similares a estas que perturbaram o prisioneiro João Batista, quando ele enviou seus discípulos ao Senhor, para lhe perguntarem se ele era o Messias ou apenas outro precursor (Mateus 11:1-6). Toda a sua insistente pregação no deserto, as enormes multidões expectantes, o anúncio do iminente reino do céu, para que tinham vindo? Ele estava na casa da prisão de Herodes por causa de seu distúrbio, e aquele no qual ele tinha repousado toda a sua esperança estava ensinando, ensinando, ensinando. Onde estava o reino? Onde estava o poder? Onde estava a glória?

A resposta de Jesus foi precisa. Ele não procura fortalecer a fé incerta de João com promessas de maravilhosas coisas que viriam. Ele estava fazendo, ele disse, exatamente o que precisava ser feito. Justo como anos atrás Isaías tinha profetizado a era vindoura: os doentes seriam curados (35:5-6) e os pobres teriam o evangelho pregado a eles (61:1-2). Ele então acrescenta, gentilmente, mas com firmeza, "Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço" (Mateus 11:6).

O que o Senhor estava dizendo aos discípulos de João, e a todos os outros que o estavam ouvindo, é que o reino do céu é completamente diferente dos reinos deste mundo e os instrumentos de seu crescimento e aumento não são mundanos. Riqueza, intriga, glória e poder político não têm lugar dentro dele. Alguns judeus, não conseguindo entender isto, tinham ficado desencantados com os passos aparentemente pausados do céu e resolveram estabelecer o domínio de Deus pela força (Mateus 11:12). Esta mentalidade ainda vive, especialmente naqueles que, descontentes com o que os modos do Senhor estão conseguindo, tomam o reino em suas próprias mãos presunçosas e buscam cumprir por astúcia humana o que a graça e a sabedoria do Todo-Poderoso deixou, em suas mentes, de realizar. Isso pode ser visto no circo carnal em que muitas igrejas modernas se tornaram. Estas igrejas têm sua própria agenda de "sucesso" e pegam nos instrumentos carnais para o conseguirem.

Não são todos que Jesus pretende levar ao seu reino. Isto é um fato duro de se encarar. Jesus agradeceu ao Pai porque ele tinha ocultado "estas coisas dos sábios e entendidos, e as revelara aos pequeninos" (Mateus 11:25), e então chamou os "pequeninos" a ele: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28).

Esses foram os eventos, junto com os subseqüentes conflitos do Senhor com seus críticos entre os escribas e fariseus, que formavam o pano de fundo para a pregação das parábolas junto ao Mar, e a primeira delas, a parábola do semeador, aborda especialmente a questão porque o reino do céu às vezes cresce tão lentamente, porque seus meios não são espetacularmente carnais, e porque nem todos os que ouvem o chamado do evangelho respondem. Esta ilustração da semente e os solos não é somente uma reprovação daqueles que, perdendo a confiança na sabedoria do céu, tentarão construir o reino eterno em alguma outra coisa que não a pregação da palavra de Deus, mas também é um grande encorajamento para aquelas almas sinceras cujo espírito evangelista tem sido duramente testado pelo que parece ser uma constante rejeição do evangelho. Para eles a tentação é crer que há alguma coisa inadequada com eles, alguma falha técnica, algum manuseio inábil da palavra. Esta parábola muito especial diz que não é necessariamente assim, e insta com cada discípulo a continuar pregando Cristo com segurança e expectativa!
"A semente é a palavra de Deus"

Amultidão curiosa que tinha ouvido a parábola do semeador não a entendeu. Mas, então, o que esperávamos? Nem os discípulos do Senhor entenderam. "Então, lhes perguntou: Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?" (Marcos 4:13).

Jesus parece ter começado com a história do semeador porque ela abordava um conceito tão fundamental do reino do céu que a incapacidade de entendê-la prediria incapacidade de entender qualquer uma. A salvação dos discípulos era que, ainda que verdadeiramente não percebessem seu ponto, eles queriam saber, e ficaram para perguntar mais sobre o que ele queria dizer e para ouvir a paciente explanação de Jesus.

A parábola do semeador contém três elementos: o semeador, a semente, e os solos. O semeador e a semente são constantes. O semeador é habilidoso e espalha a semente por igual. A semente é, indiscutivelmente, boa. Mas o trabalho hábil do semeador e a capacidade de germinação da semente dependem para seu sucesso da natureza do solo, e aqui é focalizada a parábola.

Quem é o semeador? Jesus não diz. Na parábola do trigo e do joio, Jesus diz que o semeador da boa semente é o "Filho do Homem" (Mateus 13:37), mas a preocupação naquela parábola são as origens contrastantes dos dois tipos de sementes. Aqui a identidade do semeador não é tão crítica. Quem quer que ele possa representar é essencialmente uma função do propósito da parábola. Se o seu intento foi ilustrar a resposta variável dos ouvintes à pregação pessoal de Jesus e forçá-los a um exame sério de si mesmos, então muito certamente o Senhor é o semeador. A aplicação, por Jesus, das palavras de Isaías a sua audiência, "Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos" (Mateus 13:14-15) parece sugerir essa interpretação.

Mas se, por outro lado, o propósito desta parábola foi também fortalecer os corações incertos de seus discípulos, esperando, como estavam, o reino para levar cada alma diante dele, então certamente eles e aqueles que semeariam o mundo com o evangelho depois deles teriam que ser parte deste complexo plantador.

O significado da semente é claramente demarcado para nós. "Este é o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus" (Lucas 8:11). Ainda que não seja a mensagem primária desta parábola, o fato que a palavra de Deus é o poder que constrói o reino de Deus precisa de ênfase.

Não há nenhuma mágica aqui, nenhuma energia esotérica mistificadora. Até as palavras dos homens têm poder. Elas comunicam sentimentos e idéias, criam culturas inteiras, levam homens à paz ou à guerra, mudam o curso da história, produzem grande mal ou grande bem. Por que nos surpreenderíamos, então, que a palavra de Deus tenha poder inimaginável?

Os mundos foram criados e são mantidos pela palavra de Deus (Hebreus 11:3; 1:3), e o sopro divino que está em suas palavras (Salmo 33:6) é o sopro que nos deu a vida (Gênesis 2:7). A palavra do Todo Poderoso responde aos nossos espíritos como a luz responde aos nossos olhos. Sua poderosa verdade viva penetra em nossos corações e põe a nu nossos mais íntimos pensamentos (Hebreus 4:12). É a palavra do evangelho que nos salva (Romanos 1:18; 1 Coríntios 1:21), e a "palavra da sua graça" que nos edifica e garante nossa herança entre o povo de Deus (Atos 20:23).

Esta parábola está nos dizendo, em linguagem simples, que a própria palavra de Deus é a semente germinante da vida (Filipenses 2:16), e não a palavra mais algumas misteriosas obras do Espírito Santo. É por esta própria palavra viva, que transmite energia, que o Espírito Santo não somente nos leva ao renascimento espiritual (Efésios 1:13; 1 Pedro 1:23-25), mas nos transforma na imagem do Filho de Deus. E tudo isto é possível porque em suas palavras Deus nos abriu seu coração e derramou as profundezas de sua verdade e graça (1 Coríntios 2:10-13). No evangelho, ele nos fez olhar na face de nosso crucificado Salvador (2 Coríntios 3:18). E isso tem poder!

É, portanto, sacrilégio homens e mulheres falarem do evangelho como "mera palavra" e rirem da idéia que o evangelho por si só é capaz de produzir uma nova e inconquistável vida espiritual. Não é prudente falar tão levianamente de palavras que saem da boca de Deus ou insultar o céu tentando fortificar esta palavra "inadequada" com nossas vãs filosofias (Colossenses 2:8-10; Provérbios 30:5-6). Até Satanás sabe onde está o poder. "A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo sejam salvos" (Lucas 8:12).

Mas não faz Deus mais do que apenas falar conosco? Sim, ele está certamente ativo em responder nossas orações (1 João 5:14:15), e providencialmente nos guiando através das provações e tribulações que limpam, fortalecem e purificam nossa fé (Romanos 8:28). Mas, em fim, é sua palavra que tem poder, e é para sua palavra que todo seu providente trabalho precisa nos trazer, em obediência compreensiva. É através dessa palavra que chegamos a conhecer Deus e seu Filho. E essa é vida eterna (João 17:3). A semente do reino é a palavra de Deus.
O reino do céu: o semeador lançando a semente

[Há relatos da primeira série de parábolas de Jesus em Mateus 13, Marcos 4 e Lucas 8. Quatro delas, provavelmente cinco, o Senhor dirige à multidão (Mateus 13:34): O Semeador, O Joio, A Semente de Mostarda, o Fermento, e uma que só Marcos registra, A Semente Crescendo Sem Ser Observada (Marcos 4:36-39). As restantes são contadas só aos discípulos (Mateus 13:36-53).]

"Eis que o semeador saiu a semear..." (Mateus 13:3). Era um modo incomum do Senhor abrir um discurso sobre as maravilhas do reino do céu. Poderia qualquer coisa ser mais laboriosa e ordinária do que um semeador e sua semente? Como poderia algo tão sem imaginação sugerir as glórias do domínio do céu? Sua metáfora era tranqüila. A vinda do reino do Messias seria certamente explosiva, arrasadora, cataclísmica. Não, disse Jesus, seria mais como um semeador semeando seu campo, e muita da sua semente dando em nada. Tudo dependeria do solo.

É bem possível que fosse no início da primavera quando Jesus tomou assento na proa de um barco de pesca na praia ocidental do Mar da Galiléia, e ensinou sua notável parábola. Ele logo estaria na praia oriental, alimentando uma multidão de pessoas com uns poucos pães e peixes (Mateus 14:13-21), e a festa da Páscoa "estava próxima" (João 6:4). Os campos que rodeavam Genesaré teriam sido semeados apenas uns poucos meses antes (janeiro, fevereiro). O cheiro deles deveria estar no ar e não haveria um homem nas multidões de ouvintes que não soubesse o peso de um saco de semente e a sensação do solo recém-arado. Era uma terra para plantadores e proprietários, um lugar para cultivar coisas, e a parábola da semente e dos solos não poderia ter encontrado uma audiência mais entendida.

A luz do início da primavera teria refletido como era jovem o mestre, e talvez como era comum a sua aparência. Nos seus olhos, a despeito das entusiásticas multidões que se comprimiam sobre ele, pode bem ter havido uma ponta de tristeza. Eles entendiam tão pouco agora, e a maioria jamais entenderia o evangelho do seu reino. E, contudo, alguns veriam. Alguns sempre veriam. E esta era a mensagem de sua história.

O povo que se tinha comprimido em volta para ouvir, naquele dia teria parecido de comum acordo às pessoas de menos discernimento. Tivéssemos nós podido juntar-nos a eles e dar uma olhada de perto, teríamos descoberto as diferenças. Alguns estavam sem dúvida escutando embevecidos, esforçando-se sinceramente para pegar cada palavra. Outros teriam sido vistos cabeceando em entusiasmo distraído, envolvidos pelo momento e a multidão. Ainda outros teriam estado ouvindo distraidamente, escutando e concordando, mas não dando atenção total à mensagem. E os escribas e fariseus — eles também estariam ouvindo — não para escutar, naturalmente, mas para achar os defeitos e salientá-los.

Saberia Jesus os pensamentos que estavam por trás dessas faces? Saberia ele os preconceitos, as escusas justificativas, as idéias que estavam forçando e infiltrando em cada palavra que ele falava? Veria ele as grades de proteção com que defendemos nossos corações de sua verdade? Certamente que sim. E nos adverte como os advertia, "Quem tem ouvidos, ouça" (Mateus 13:9).

o semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram" (13:4). Quanto à disposição desta semente que caiu na beira do caminho, Lucas acrescenta, "foi pisada" (Lucas 8:5).

Os campos da Palestina eram pequenos e irregulares, marginados por caminhos estreitos endurecidos pelo perpétuo pisoteio. E freqüentemente, quando o plantador espalhava sua semente sobre o solo recém-arado com largos lances de sua mão, alguma cairia e dançaria sobre a superfície dura, resistente, da "beira do caminho" onde todo o seu rico potencial por fim se tornava alimento para as aves.

O solo impenetrável, na história de Jesus, representa os ouvintes cujos corações estão endurecidos pela obstinação e o orgulho, corações que se tornaram a estrada de mil tempestuosas paixões, corações que em seu consciente compromisso com o mal não podem suportar a dor da honestidade. Pensamos imediatamente nos fariseus, e eles certamente estavam no quadro. Seus preconceitos arrogantes, egoístas sobre o reino de Deus, seus sonhos de esplendor e poder carnal, tornavam impossível para eles ver Jesus como o Messias ou escutar suas palavras como as de Deus. Hoje em dia, muitos seguem na trilha deles, tão cheios de uma caricatura moderna de Jesus que não podem ver o verdadeiro Cristo nem escutar suas palavras reais.

Mas de onde veio esta resistência de aço ao evangelho do reino de Deus? O que é que faz com que as pessoas, mesmo pessoas religiosas, se tornem tão duras contra este gracioso convite? Esta rigidez pétrea começa a se formar na primeira vez que aprendemos a viver facilmente com o que sabemos ser errado. Escutar cada nova verdade depende da prática da verdade que já conhecemos. Como John Ruskin observou certa vez, cada dever que omitimos obscurecerá alguma outra verdade que poderíamos ter conhecido. Portanto, em nossa aversão a escutar novamente a verdade familiar que não temos aplicado, fechamos nossos olhos e ouvidos à verdade que ainda precisamos desesperadamente conhecer.
Vinho novo em odres velhos

Quando Jesus disse ter vindo para "lançar fogo sobre a terra" Lucas 12:49) e não para "trazer paz, mas espada" (Mateus 10:34), como falou verdadeiramente! Ele não se ajustava aos modos familiares do mundo ao qual veio. Mesmo o mais revolucionário pensamento de seu tempo não poderia contê-lo. Suas palavras e modos eram transcendentemente diferentes, inquietantes, ameaçadores. Não poderia haver uma síntese calada do velho e do novo, somente uma colisão descomprometida que conduziria inevitavelmente a rebelião ou rendição. Alguns viriam a gostar do novo, outros a odiá-lo.

Em suas três analogias, em Mateus 9:14-17 (Marcos 2:18-22; Lucas 5:33-39), Jesus responde aos seus críticos gentilmente, mas ilustra o inevitável do conflito: como pode pano novo ser usado para remendar roupa velha? Como pode o explosivo vinho novo ser contido em velhos e inflexíveis odres?

O provérbio de Jesus sobre o remendo novo na roupa velha saiu facilmente de sua própria vida. Aquele que "não tinha lugar para repousar sua cabeça" não deveria desconhecer vestes remendadas. E todos sabiam que uma tentativa de remendar uma roupa gasta com pano novo levaria a dois desastres, um estrutural e outro estético. O pano novo encolheria com a primeira lavagem e aplicaria tal tensão sobre o pano velho que faria um rasgo maior do que antes (Marcos 2:21); e, por sua própria novidade, o remendo novo faria com que a roupa velha parecesse ainda mais desbotada e velha (Lucas 9:36). Às vezes, o velho é irreparável e tem simplesmente que ceder lugar ao novo.

O judaísmo rabínico, com suas corrupções farisaicas, estava além da recuperação. Sua atitude estava totalmente tão afastada do espírito da lei e dos profetas que o único meio de ir além dela era saindo dela. E ainda que a mensagem de arrependimento e de abatida contrição de João fosse de Deus e vital para o seu tempo, ela era preparatória, e não permanente (Atos 18:25-26; 19:1-5). O novo caminho de Jesus era um pano inteiro e não uma colcha de retalhos. Ele não tinha vindo para enxertar suas novas verdades no esfarrapado tecido religioso das tradições humanas e ímpias atitudes, ou para sentar-se imóvel a uma das paradas da estrada do propósito eterno de Deus. Tivesse feito isso e teria destruído tudo. Em Cristo, todas as coisas teriam que ser novas (2 Coríntios 5:17).

A incredulidade judaica vigente recusou-se a renunciar aos seus caminhos tradicionais para receber a palavra de Deus, e crucificou Jesus. Os judaizantes da igreja primitiva relutavam em deixar a lei pelo evangelho e, em seu esforço para acomodar o evangelho à lei, manobraram para rasgar e destruir tudo (Gálatas 1:6-9; 5:3-4). A mesma disposição mental vive hoje. Velhos e ímpios caminhos, recusando a entregar a alma, nos desafiarão a acomodar o evangelho a eles ou a sair. Nesses momentos precisamos correr, e não andar, para a saída mais próxima.

O terceiro destes provérbios que Jesus usa para responder a seus críticos simplesmente reforça a mensagem dos dois primeiros: certas coisas não se ajustam. Os homens, ele disse, não colocam vinho novo, ainda fermentando e expandindo, em velhos e ressecados odres porque eles se rasgariam e seriam destruídos e o vinho novo escorreria e se perderia (Mateus 9:17). O Senhor está advertindo que mentalidades rígidas custarão aos homens a incomparável qualidade especial do evangelho. Porque ela é imprevisivelmente nova e inimaginável (1 Coríntios 2:9) e não se ajusta confortavelmente nos trilhos familiares, estamos demasiado dispostos a tentar forçá-la, através de nossas categorias congeladas, até que ela saia parecendo mais com o que esperávamos e desejávamos que fosse. Não há meio melhor do que este para simplesmente derramar no chão o precioso vinho novo do reino eterno de Deus.

Precisamos estar atentos a um conservadorismo tão insensato que pensemos que o melhor modo de permanecer firmes na fé seja manter as coisas como estão. Que tudo está bem e bom se o modo como as coisas estão é como o Senhor quer que estejam; mas se não, precisamos juntar armas a bagagem e ficar prontos para uma longa jornada naqueles novos lugares onde o Senhor pretende que estejamos. O vinho novo do evangelho não é destinado a nos deixar confortáveis, mas a nos fazer novos.

Alguns fizeram um uso infeliz da afirmação de Jesus a propósito do vinho novo e dos odres velhos. Para eles, os odres velhos freqüentemente representam aqueles modos pelos quais, no Novo Testamento, os discípulos então fizeram as coisas, e o vinho novo simboliza idéias modernas que são mais atraentes para os homens e as mulheres da geração corrente. Eles precisam ser lembrados que todos os modos dos cristãos primitivos que não foram simplesmente um reflexo das condições do seu tempo (a lavagem dos pés como um ato de hospitalidade, um beijo para saudação, etc.) eram o produto da vontade radical de Cristo e os imutáveis princípios eternos do seu reino. Todos nós faríamos bem em seguir o exemplo deles (Atos 2:42). Pois se o fizermos, certamente não estaremos sentados imóveis, mas estaremos empenhados na experiência mais radicalmente transformadora da história humana. Beber o vinho do reino de Deus não é um passo de moderação. Obedecer à voz do Filho de Deus não é um ato conservador!

segunda-feira, 19 de abril de 2010


A Parábola do Trigo e do Joio
Resumo dos acontecimentos do Éden à vinda do Messias
Jesus fez um uma narrativa a respeito de Seu futuro reino, na forma de uma parábola, dizendo aquilo que ficou conhecido como a parábola do Trigo e Joio e está registrada no (NT) em Mt. 13: 24- 30.
É interessante o que vamos observar. Os discípulos não compreenderam esta narrativa de Jesus, até que Ele próprio expôs o significado. Todos os símbolos aqui apresentados são explicados em detalhes, mais à frente, dentro do mesmo capítulo. Antes disso, porém, convido a refletirmos sobre aspectos, aqui neste texto, que facilitarão explorar o assunto.
Reino dos céus: Jesus fala do reino dos céus, o mesmo que os discípulos anunciavam.
Homem que semeia: Aquele que sai lançando a semente boa.
No seu campo: A semente é lançada dentro do campo pertencente a este homem. O inimigo: O qual, aproveitando-se do sono dos servos, vem e semeia o joio. Servos: Aqueles que trabalham no campo e que querem arrancar a má semente, que não foi plantada com o trigo. Ceifa: Não autorizados a arrancar o joio até o tempo da colheita, os ceifeiros são instruídos a esperar. Ceifados: Primeiro o joio. Somente depois o trigo é levado ao celeiro.
Agora então estamos prontos para considerar a explicação de Jesus sobre esta parábola, que lemos em Mt. 13: 36- 43.
Analisaremos juntos, a seguir, a explicação sobre esta parábola expressa pelo Senhor.
O semeador da boa semente: É o Filho do Homem, que veio para semear o evangelho do reino.
O campo: O campo é o mundo em que vivemos.
A boa semente: O trigo, ou seja, os filhos deste reino anunciado por Jesus.
O joio: São os filhos do maligno, que vivem neste mundo, mas que desobedecem a Deus.
O inimigo: O diabo, que semeou o joio no mundo e retirou-se, contaminando o campo.
Ceifa: O fim do mundo.
Ceifeiros: São os anjos.
Preste bastante atenção nos versos 40 e 41 e responda:
 Jesus manda os ceifeiros a este mundo para colher o que, a fim de serem destruídos?
Resposta: o joio, ou seja, os filhos do maligno.
 De onde os anjos colhem a má semente, os filhos do maligno?
Resposta: do Seu reino, ou seja, do Seu campo. Onde plantou a boa semente, os filhos do reino.
 Onde os justos resplandecem?
Resposta: Neste reino. Neste campo. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
 Que planta não foi plantada por Deus? Que planta será arrancada?
Resposta: O joio não é planta de Deus e não pode permanecer no campo de Jesus. Lembre-se que os servos disseram: "Não semeaste tu no TEU CAMPO boa semente?"
"Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada." (Mt. 15:13)
Aqui novamente Jesus fala da planta não plantada por Deus, e o fim trágico do joio.
"Porque o SENHOR ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a descendência dos ímpios será desarraigada. Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre." (Sl. 37: 28,29)
DUPLA FUNÇÃO DOS ANJOS
Os anjos de Deus, ceifeiros do Reino, desempenham importante ação na volta de Jesus. Nos fala desta tarefa a ser executada pelos anjos. Acompanhe o que dizem os versos de Mt. 13:41, 47- 50.
Os anjos de Deus farão separação entre os justos e maus, ao destruírem do reino de Jesus, os que causam escândalo e cometem iniqüidade. Leia os textos: Mt. 24: 27, 28; Lc. 17: 37.
Jesus faz alusão aos anjos, como sendo águias numa atividade de extermínio e limpeza do mundo, ao mesmo tempo em que separam a boa semente, ou os filhos do reino.
LEVADO E DEIXADO: Quem?
Na vinda de Jesus, quem será levado e quem será deixado? Jesus nos responde!! Leia Mt. 24: 35- 44
No texto acima Jesus explana como acontecerá na Sua vinda. O que parece fácil, mas merece uma atenção especial a alguns detalhes. Vejamos:
Dia e hora: Ninguém sabe, exceto Deus. Alguns se aventuram ainda hoje contra o que disse Jesus, tentando fazer previsões.
A vinda: Será como foi nos dias de Noé (com relação ao modo de vida das pessoas)
Não perceberam: Os ímpios comiam, bebiam, casavam e estavam despercebidos.
Os levou a todos: O dilúvio levou os maus homens; levou-os à destruição.
Quem será levado? Assim também será a vinda do Filho do Homem; da mesma forma como foram levados os que estavam despercebidos, serão levados os ímpios.
Dois no campo: Quem será levado? O que estiver salvo? Não! Mas sim o que estiver despercebido, pois assim ocorreu no dilúvio.
Duas no moinho: Será levada a ímpia, e será deixada a mulher justa.
É necessário estar preparado!
ESTAR COM JESUS
Alguns textos da Bíblia são mal interpretados. Há tentativas de dar idéia de que Jesus teria feito promessas diferentes aos salvos. Leia em Jo. 7: 32- 36.
Analise junto comigo o texto abaixo:
"Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou não podeis vós ir. Diziam, pois, os judeus: Porventura, quererá matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vós ir? E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo." (Jo 8: 21- 23)
Observe que os judeus de Seus dias não sabiam para onde ia Jesus. Pensavam que iria, quem sabe, para os gregos, por isso se questionavam para onde iria o Senhor, de forma que não poderiam seguí-Lo.
Jesus diz que eles são de baixo, e que Ele é de cima.
"Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós me buscareis, e, como tinha dito aos judeus: para onde eu vou não podeis vós ir, eu vo-lo digo também agora. Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida. Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes."
Mas, neste texto acima escrito em João 13: 33-38, com quem Jesus falava?
Você acertou! Com seus discípulos.
Da mesma forma que tinha dito aos judeus que não criam. Agora Jesus se dirige a seus discípulos, dizendo que para onde Ele ia, os discípulos também não poderiam segui-lo. Alguém poderia dizer: "Sim, mas não o seguiriam naquele momento!", e isso é certo.
Sabia Pedro para onde Jesus iria? Não! O que Pedro queria então?
Seguir a Jesus: Os discípulos queriam seguir a Jesus, não obstante o fato de não saberem para onde iriam. Isso é importante na compreensão do assunto, pois aqui não estava em questão o destino Dele, mas a companhia de Seus seguidores, que não queriam a separação. Jesus disse: "depois me seguirás".
"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também." (Jo 14: 1- 3)
Uma vez estudado o contexto, fica mais fácil entender o texto.
Os discípulos estavam preocupados porque Jesus dizia que iria deixá-los. Eles já estavam acostumados com a companhia do Mestre. Jesus (conforta-os dizendo que na casa do Pai havia muitas moradas. Que Ele voltaria e os levaria para Si mesmo, para que estivessem juntos novamente. Os discípulos estavam desejosos de andar sempre com Jesus. No futuro, será tempo disso, conforme a profecia assegura:
"E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. (Ap. 14: 1- 5)
Sim, assim estarão os discípulos, a quem Jesus confortou. Novamente com o Mestre; novamente seguindo ao amado Rei, onde quer que Ele estiver, no futuro domínio de justiça e paz.