terça-feira, 3 de agosto de 2010

TIRANDO AS SANDÁLIAS



“Triste destino é o homem morrer conhecido de todos, mas desconhecido a si mesmo.”

A palavra sincero significa sem-cera. Na antiguidade as máscaras eram feitas de cera e quando alguém estava negociando com outrem perguntava: você está sendo sem cera comigo?

De fato, nada deixou Jesus mais nervoso do que a hipocrisia dos religiosos.
Há um capitulo inteiro na Bíblia onde ele mostra sua indignação contra a falsidade e dissimulação dos profissionais da religião. Hipócrita ou Hipocrates significa ator, aquele que representa que finge ser outro personagem. Mateus cap. 23

Deus disse a Moises: tira as sandálias dos pés porque o lugar onde pisas é santo. De fato, você só pode pisar no sagrado com os pés descalços, pois todo encontro com o Santo é um encontro consigo, digo, um encontro com o seu verdadeiro ser.

Isaias diz: ai de mim, porque sou um homem de lábios impuros; Pedro diz afasta-te de mim Senhor; para contactar-se com o sagrado exige-se autenticidade.

Ao tirar os sapatos, Moisés ficou na sua real estatura, Êxodo 3.5, Vemos também Josué tirar as Sandálias dos pés, Josué 5.15. Deus estava levando Josué a viver na mesma unção de Moisés.

Trata-se de uma exposição real, sem armaduras religiosas, sem ornamentos ou maquiagens, manufaturas ou produções humanas.

Hoje as pessoas vivem vidas que não são suas. Há muitas produções holográficas, imaginárias, fantasiosas. Gente que vive em dois mundos: o mundo palco e o mundo real – mundo púlpito e o mundo concreta – vida publica e vida particular.

Existem hoje muitas coreografas jogos de imagem, shows pirotécnicos disfarçados de avivamento, visitação de Deus, despertamento espiritual.

Mas, não há nada mais perverso do que a distorção do sagrado.

Nós cremos que a embalagem muda o valor do conteúdo.
Mas, para onde estamos indo? Para onde vai dar esta estrada?
Para tocar no sagrado, é preciso tirar as sandálias dos pés.

“Podemos facilmente perdoar a uma criança por ter medo do escuro; a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”.

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